Por que 27 de novembro se comemora o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto…
O Holocausto mudou para sempre algumas das ideias chave da nossa civilização, nomeadamente a de que é através da cultura e da educação que o Homem se vai aperfeiçoando; que ele é mais moral quando é mais instruído; que a escola é uma escola de progresso, racionalidade e aperfeiçoamento. Mas o curioso é que a pior das barbáries teve lugar não num país subdesenvolvido, mas na nação europeia que se orgulhava de ter uma grande tradição cultural. É por tudo isto que o ensino e a história do Holocausto é uma história difícil de contar. No entanto, não é possível fazer de conta que Auschwitz não existiu. O Holocausto tornou-se, pela negativa, património da humanidade e de todas as pessoas que exercem direta ou indiretamente uma função educativa, nas escolas, em família, nos meios de comunicação.
Em Portugal, o estudo e a reflexão sobre o Holocausto são quase inexistentes e os manuais escolares são um claro reflexo desta lacuna. Os textos que abordam o estudo da 2ª Guerra Mundial incluem, a propósito do Holocausto, alguns extratos do Diário de Anne Frank, de textos de Ilse Losa, os quais são dados mais como pretexto para passar a outros temas como o racismo, ou simplesmente para debater generalidades.
Ora, porque esta catástrofe é uma história humana, há que continuar a falar do papel dos principais carrascos e dos seus cúmplices, outrora vistos como seres monstruosos, que afinal eram “homens vulgares”.
Em Treblinka, está escrito em várias línguas a expressão “Nunca Mais”. Mas será que a História é um antídoto contra o Holocausto? Com certeza que não, mas uma conclusão se pode tirar, é que o Holocausto por ter sido um acontecimento único, tornou-se o paradigma do crime contra a humanidade, a partir do qual foi criada legislação contra futuros genocídios.
Informação retirada da fonte: Associação Memória E Ensino do Holocausto| Textos e Documentos|2009
A Professora Bibliotecária, Maria Helena Pinto