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À boleia d'"Os Lusíadas"


A caminho da Índia

Por Fábio Silva, 9ºB

Querida mãe,

Ontem acordei repentinamente com o som do apito. Quando saí para o convés, notei que o vento era mais forte do que o costume e, quando olhei para o céu, avistei uma nuvem negra que se ia aproximando.

À medida que esta se aproximava, os ventos ficavam mais intensos, as ondas ficavam cada vez mais fortes e com os raios parecia que o céu ardia. Nem tivemos tempo de encurtar as velas o que fez com que os traquetes mais altos tombassem. Deitámos ao mar alguma carga para aliviar o peso devido à entrada de água.Com a forte ondulação, três marinheiros tentaram controlar o leme mas não bastou, o que fez com que fossem buscar cordas para o segurar.

Graças a Deus, a tempestade passou e agora estamos bem e pretendemos continuar a nossa viagem até á Índia. Espero ver-te novamente.

O teu filho

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Por Inês Costa, 9º B

Querida mãe

Finalmente a tempestade acabou, mas o meu medo ainda permanence. Enquanto marinheiro, já enfrentei muitos perigos, mas nunca tinha tido tanto medo como tive ao longo desta tempestade.

Não havia tempo para falarmos uns com os outros, cada um de nós sabia o que tinha que fazer para manter a nau e o resto do pessoal em segurança. O vento era muito forte e tornava-se cada vez mais violento, o ideal era andar sempre agarrado a algo da nau, porque, caso contrário, ias pelos ares, o que tornava muito difícil trabalhar. O mais assustador de tudo ainda era o mar. Aquela altura absurda que as ondas atingiam, o barulho gritante do mar que fazia com que a nau se movesse de cima para baixo. Não estávamos a conseguir ter posse da nau de tão forte que era a tempestade, o que nos deixava muito preocupados.

Mas agora tudo está mais calmo, já temos tudo a nosso controlo. Espero que a viagem assim continue até ao destino desejado.

Do teu querido filho!

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Por Inês Oliveira, 9ºB

Querida mãe, Agora que a tempestade abrandou, sentei-me e parei para pensar em todas as vezes em que olhaste nos olhos e imploraste para eu ficar junto a ti. Em todas as vezes que madrugaste para ir à capelinha do Nossa Senhora de Belém rezar por mim. Em todas as vezes que acendias uma vela para que corresse tudo bem e em todas as vezes que choravas durante a noite por mim. Por todas essas vezes, hoje esta carta é para ti. Eu sei que avisaste, e só venho confirmar. É horrível mãe, horrível. As naus são tão frágeis e o vento tão forte. A cada movimento ascendente e descendente da nau, devido à agitação do mar, eu lembro-me de ti. Porque não te dei ouvidos? Porquê? A tempestade estava fortíssima. As árvores foram arrancadas, as areias revolvidas e os montes derrubados. As aves tentam fugir, os golfinhos refugiam-se nas profundezas do mar. E nós? Somos apenas seres humanos, aventureiros sem abrigo. Naus frágeis mas uma força de vontade forte. Por isso, por ti, por mim, por nós, eu vou contribuir para a expansão da Fé Cristã. Obrigado por nunca duvidares de mim. Com muito carinho:

O melhor filho do mundo

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Por Maria João Santos, 9ºB

Então, como vão as coisas aí na aldeia? E aí em casa, estão todos bem?

Escrevo-te esta carta num dia de descanso por aqui. Raramente podemos parar, estamos nas mãos de Deus, só ele sabe o nosso destino e o vento é o nosso motor. De vez em quando, lá se ouve o apito que soa, como um grande alarme e lá vamos nós: ligar a bomba, subir as velas, cada um no seu posto como se fossemos um só. Há uns dias, passámos por uma alarmante tempestade, pensámos que fosse o fim. O vento soprava e soprava, assobiando e gritando, nuvens negras cobriam-nos fazendo parecer que era noite, o som da tempestade assustou-nos imenso e o balanço do mar parecia querer afundar a nau e, com os mastros já partidos, nós lutávamos com tudo por nós e pela honra da nossa nação. Hoje estamos a descansar.

Prometo regressar a casa.

Do teu nobre filho

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